quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Summer '68 e The End

A idéia de usar esse blog como 'válvula de escape' para alguns sentimentos bons ou ruins não é de todo muito interessante. Contudo acho impressionante a capacidade de me traduzir em músicas e não está sendo diferente agora. Deixo aqui essas duas músicas (com sua letra ou pelo menos alguns trechos) para a reflexão de você que dedica seu tempo a ler essa páginas virtuais. Reflexão essa por qual já passei e tenho passado repetidamente durante a vida.

Pínk Floyd - Summer '68

Já considero essa música uma obra prima, mesmo antes de ler sua letra. Me traz um sentimento muito calmo. Como digo ás vezes, agradeço a Deus todos os dias pela vida dos integrantes dessa banda! (Obviamente isso é uma figura de linguagem, hehe)




"Would you like to say something before you leave?
Perhaps you'd care to state exactly how you feel
We said goodbye before we've said hello
I hardly even like you
I shouldn't care at all


We met just six hours ago
The music was too loud
From your bed I came today and lost a bloody year
And I would like to know


How do you feel? (How do you feel?)
How do you feel? (How do you feel?)


Not a single word was said
The night still hid our fears
Occasionally you showed a smile
But what was the need


I felt the cold far too soon
In a room of ninety-five
My friends are lying in the Sun
I wish that I was there


Tomorrow brings another town
Another girl like you
Have your time before you leave to greet another man
Just you let me know


How do you feel? (How do you feel?)
How do you feel? (How do you feel?)


Goodbye to you
Charlotte Pringle's due
I've had enough for one day"


The Doors - The End

Não sou o mais exímio conhecedor do Doors, mas nem precisa-se escutar muitos discos pra se reparar na espontaneidade extrema que toma conta de suas músicas. Sinto como se o Morrison apenas abrisse sua mente e permitisse que toda sorte de pensamentos que ali existem passassem a habitar a folha onde se escreve. É de fato um "turbilhão" de reflexões muitas vezes, quem sabe, sem o menor sentido. Outras vezes, preenchendo de sentido lacunas onde outrora não se encontrava nenhum.



"This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end
Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
I'll never look into your eyes...again
Can you picture what will be
So limitless and free
Desperately in need...of some...stranger's hand
In a...desperate land ?


Lost in a Roman...wilderness of pain
And all the children are insane
All the children are insane
Waiting for the summer rain, yeah
There's danger on the edge of town
Ride the King's highway, baby
Weird scenes inside the gold mine
Ride the highway west, baby
Ride the snake, ride the snake
To the lake, the ancient lake, baby
The snake is long, seven miles
Ride the snake...he's old, and his skin is cold
The west is the best
The west is the best
Get here, and we'll do the rest
The blue bus is callin' us
The blue bus is callin' us
Driver, where you taken' us ?


The killer awoke before dawn, he put his boots on
He took a face from the ancient gallery
And he walked on down the hall
He went into the room where his sister lived, and...then he
Paid a visit to his brother, and then he
He walked on down the hall, and
And he came to a door...and he looked inside
"Father ?", "yes son", "I want to kill you"
"Mother...I want to...fuck you"


C'mon baby, take a chance with us
And meet me at the back of the blue bus
Doin' a blue rock, On a blue bus
Doin' a blue rock, C'mon, yeah
Kill, kill, kill, kill, kill, kill

This is the end, Beautiful friend
This is the end, My only friend, the end
It hurts to set you free
But you'll never follow me
The end of laughter and soft lies
The end of nights we tried to die
This is the end"

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Sei que apenas postar aqui músicas não é um exercício de criatividade. Mas não importa, o interesse não é ser criativo agora, é enxergar com maior clareza o desenrolar dos fatos na vida. Para isso, tais músicas me chamam a uma reflexão muito satisfatória. É isso.

sábado, 20 de novembro de 2010

Manhã

Manhã de sábado. O sol quente ilumina minha face sonolenta que nota a beleza do ambiente iluminado. As árvores e prédios são obstáculos para a luz, que os desenha de forma exímia no chão de concreto ao lado. O céu se abre num azul exuberante, marcado por escassas nuvens vistosas.

Todo esse cenário que há pouco substituiu a escuridão é ainda muito silencioso. Não há muitos carros ou pessoas nas ruas, é cedo. Avenidas grandes estão praticamente vazias e as poucas lojas que não estão fechadas abrem-se timidamente, apenas. O vento canta silenciosamente, batendo em meu rosto sob o farfalhar das folhas que voam.

Que paz! Não parece que apenas amanheceu um novo dia, mas sim uma nova vida. Sinto meus olhos arderem quando encaro a luz amarela que brilha forte, é o ardor de olhos que nunca antes foram abertos. Posso sentir cada minúcia do ambiente que se forma. Solitário caminho como se estivesse dando os primeiros passos.

A luz penetra no profundo da alma e parece expurgar dela o passado, a loucura. A música alta que zumbia em meus ouvidos, a bebida que me deixava leve (e agora com leve dor na cabeça), o extravasamento. Toda essa agitação maluca parece nunca ter existido agora sob esse céu. A tranqüilidade é tão intensa que pareço ter dormido por várias noites e não por apenas quatro horas e alguns minutos. Pareço ter nascido mais uma vez.

Trago para a mente algumas antigas memórias e informações enferrujadas. Em breve adentrarei uma sala para tentar redigi-las, provar conhecimento. O que poderia me preocupar, no entanto, parece insignificante perto desse mundo que percebo, tão belo e, apesar de silencioso, semelhante a uma música muito bem composta e executada, na qual o caos e a ordem são indistinguíveis.O sol brilha e me ilumina cada passo. Nada mais tenho em mente.

“The sun will lead us, our reason to be here.” - Yes - The Gates of Delirium

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Noite

Sou eu este que agora olha para a escuridão, enquanto escuto o peculiar barulho dos carros que passam na rua ao lado. Tento imergir minha mente em sonhos e descanso, enquanto ela se cansa, mergulhada em objetivos, reflexões, lembranças...

Olho para um céu estranhamente laranja, através da janela encoberta por uma cortina que permite a entrada de muito mais luz do que eu gostaria. Escuto o som calmo da chuva, que lentamente se apossa do ambiente, gerando uma atmosfera melancólica e de certa forma muito confortável.

Sou eu, aquele com quem sonhei na inocência de meu passado, quando imaginava quem seria aos 20 anos. Que olhava com interesse e esperança para um futuro em que todos aqueles obstáculos seriam superados (e a maioria de fato foi). Deito-me nesse velho e macio colchão, numa cama ainda mais velha, sobre a qual me ausentei da realidade na maioria de minhas noites, que agora parecem tão breves. Quantas diferentes facetas de mim aqui já repousaram: pensativas, tristes, alegres, compenetradas em um não-lugar. No fundo, sempre o mesmo – aquele que por anos olhou para frente em busca de uma visão confortável, que a cada noite planejou crescer; apesar de por tantas delas ter deixado essas idéias dormirem e se dissiparem dentro da imensidão.

Me levanto e retruco com um grafite que caprichosamente se esconde dentro da lapiseira. Volto a deitar-me e alguns pensamentos me fogem enquanto outros aterrisam em minha mente. Há em mim certo desespero para escrever, estou cansado. Muito cansado. Não por que me dediquei a tarefas custosas hoje, mas porque o fiz durante toda a vida.

Descansarei agora meu corpo e espírito. Não quero amanhã ser tomado pelo sono, me sentir pesado para voltar a caminhar na direção do tal não-lugar. O silêncio toma agora lugar do som da água que já não mais cai. Me permitirei fazer parte desse uníssono.


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sorrow

Tenho buscado dentro de mim uma forma de traduzir o que tem se passado. Um sentimento que já foi por vezes motivo e inspiração de tantas reflexões que mantenho escondidas no profundo da minha alma. Uma desesperança enorme quanto ao mundo que se mostra cada vez mais insano diante de meus olhos. Um momentário lapso de razão...

Essa música diz cada uma dessas coisas.



Pink Floyd - Sorrow

"The sweet smell of a great sorrow lies over the land
 Plumes of smoke cries, and merge into the leaden sky
 A man lies and dreams of green fields and rivers
 But awakes to a morning with no reason for waking


 He's haunted by memories of a lost paradise
 In his youth or in dreams... he can't be precise
 He's chained forever to a world that's departed
 It's not enought, It's not enough


 His blood has frozen and curdled with fright
 His knees have trembled and given way in the night
 His hands has weakened in the moment of truth
 His step has faltered


 One world, one soul,
 Time pass, the river rolls


 He talks to the river of lost love and dedication
 Silently replies that swirl invitation
 Flows darkened and troubled trough an oily sea
 A grim intimation of what is to be


 There's an unceasing wind that blows trough this night
 And there is dust in my eyes, that blinds my sight
 And the sillence speaks so much louder than words
 Of promises broken..."

sábado, 2 de outubro de 2010

Frutos do acaso

Certa quantidade de etanol (e, talvez, algum outro psicotrófico), quando presentes no meu sangue, dão asas às minhas idéias. As permite voar por ares desconhecidos (e outros já bem conhecidos). Até o óbvio me parece novidade, quando o vejo por fora do ponto de vista comum. Como se os meus olhos fizessem parte de um grande ambiente dinâmico, reinado por um caos tão perfeito e ordeiro que me pasma ver os resultados desse fluxo de eventos.
    Caminhando enxergo figuras atípicas que são tão comuns. Mentes sem ambição, movidos por pensamentos (ou pela falta deles) tão batidos que vivem nas cabeças vazias de tantas pessoas. Caminham erroneamente sem saber onde pretendem chegar. Escondidas por trás de estilos, roupas extravagantes, cabelos “diferentes” tão iguais e repetidos. Escondidos por trás da mesmice e da mediocridade, sem a capacidade de expandir sua consciência e perceber essa situação.
    Somos todos humanos afinal; mesmo o mais diferente ainda está sujeito a se comportar de forma semelhante. O lugar comum é tão enorme que mesmo aqueles que acreditam fugir dele apenas se colocam passos distantes do centro. Devido a algum capricho da natureza, estamos aqui, agora, vivos, frutos do acaso. Somos os mais aptos. Pelo menos fomos convencidos disso. Apenas vejo pessoas tão idênticas, vidas sem nada de novo. Mentes que são relegadas a um segundo plano, enquanto os instintos se apoderam do controle do corpo. Insegurança. Incertezas, indecisões, rotina.
    Mas há algo de muito estranho nisso tudo: estamos todos imersos na mesma busca. Uma busca por sentido; por felicidade. Apesar de conhecermos várias sensações boas, a idéia de que existe algo capaz de nos tornar plenos é constante. Vivemos pensando que em algum dia encontraremos um motivo para o qual viver. Algo que guie nossos passos e nos proporcione uma alegria linear. O interessante é observar que os outros animais não parecem se preocupar com isso. Apenas vivem no limiar da sobrevivência.
    Em algum ponto, por algum motivo, essa busca foi selecionada na natureza. Por que?
    Será que há realmente algo a ser encontrado? Ou seria isso apenas mais um acidente genético na linha do tempo, que condenou os seres humanos a uma incessante e eterna procura?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Set the Controls for the Heart of the Sun

Palavras a mais são desnecessárias...



Letra:

Little by little the night turns around
Counting the leaves which tremble at down
Lotuses lean on each other in yearning
Under the leaves the swallow is resting
Set the controls for the heart of the sun


Over the mountain, watching the watcher
Breaking the darkness, waking the grapevine
Knowledge of love is knowledge of shadow
Love is the shadow that ripens the wine
Set the controls for the heart of the sun


Witness the man who raves at the wall
Making the shape of his questions to heaven
Whether the sun will fall in the evening
Will he remember the lessons of giving?
Set the controls for the heart of the sun


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... Ou não.


Essa música me leva a uma atmosfera muito singular. Me permite refletir e pensar de uma forma indescritível. A vejo como uma análise da vida em todos os seus aspectos. Deixarei o resto das conclusões para o leitor.

Debaixo do céu

Não ando muito criativo ultimamente...


Mas relendo alguns escritos antigos encontrei, no meu diário, o texto abaixo, de 19 de julho de 2009, que acredito valer a pena compartilhar.


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19 de Julho de 2009 - Domingo / 20 de Julho de 2009 - Segunda-feira


    Voando pelo universo numa esfera chamda Terra...
    Eu não ia escrever hoje. Sono preguiça, desinteresse estão entre os motivos. Ando apenas vivendo ultimamente. Há mais de um ano me propus a registrar aqui minhas reflexões - acho que nunca o fiz. Perdi meu tempo e meu pensamento valorizando coisas tão supérfluas e efêmeras que até mesmo me envergonho. Me pergunto se não tenho feito somente isso durante toda a minha vida.
    Passam de meia-noite e dez. Vejo através das grades da janela uma Mutum adormecida sob o gentil carinho da chuva. Não sei o motivo, mas chuvas sempre me inspiram... me trazem pensamentos confusos e reflexões que parecem sem resposta. Sob esse negro céu, sentado na copa ao lado da janela, tenho mil coisas na cabeça e uma lapiseira na mão que tenta arduamente traduzí-las em palavras. Sou apenas um pequeno ponto na superfície desta Terra, dessa nave que me carrega velozmente por um universo tão maior que si. Como sou pequeno! Como sou imaturo! Como posso viver, ás vezes, tão alheio a isso?
    Há 19 anos e alguns meses respiro incessantemente, cada vez mais próximo do último inspirar. Memórias tenras de minha infância se acomodam ao lado de planos e objetivos para meu futuro nessa caminhada que ainda não me levou a nada além de uma incessante dor nos pés. Qual o motivo disso? O que me leva a dar sempre o próximo passo? ...
    Os pensamentos começam a turvar-se em minha mente agora. Penso no hedonismo, na efemeridade das coisas. Deve haver um sentido para tudo, além do que é tangível. Quem sabe? Ah! Pessoas ... são tão idênticas em suas características e, ainda assim, tão singulares...
    Espero organizar melhor minhas idéias... talvez chegar a alguma conclusão... talvez apenas a uma verborréia sem muito sentido após um filme sobre vidas sofridas... ou nada.
   Me falta sabedoria (e inspiração).

Chuvas me inspiram

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Talvez nem fosse necessário dizer que eu não via muitas perspectivas naquele dia. Tinha um olhar sobre o mundo como um grande sistema perfeito do qual sou apenas uma pequena parte. Ainda consigo ver as coisas dessa maneira, mas já de forma mais madura. Talvez ainda trate disso em algum texto. Ah, não me lembro do filme que tinha assistido!

domingo, 12 de setembro de 2010

Whispering wind

Sabem de uma verdade?

A vida fora de uma ilusão ou dentro dela é a mesma coisa.

A felicidade vem e vai, em momentos em que nos inundamos em boas coisas, alternados com aqueles em que uma amarga tristeza se apossa da imensidão de nossos pensamentos.

Isso acontece com cada pessoa que respira nesse planeta.

Não existe amor total e eterno.

Não há felicidade completa e plena.

Isso são ilusões lindas que criam e muitos abraçam e afundam nelas suas mentes por completo.

"Mesmo um pássaro iria querer provar o gosto da sujeira do abissal escuro.


Você está nervoso com os seus muros? Ou ainda esperando que alguma força desconhecida concerte as coisas por você?


Não sabe sobre a mudança de temperatura?"

Eu não gosto de viver assim.

Eu gosto de buscar minhas realizações usando meus pés, meus olhos, meus braços; ao invés de simplesmente adotar um conjunto de regras e conceitos pré-históricos que, no seu cerne, não têm o menor sentido.

Eu gosto de sentir que meu futuro é maleável às minhas escolhas conscientes agora e, dessa forma, me sinto vivo.

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Palavras ao vento, que foram sopradas quase que involuntariamente pra fora de minha consiência nesse domingo à noite. Trechos em itálico retirados da música "Of moons, birds and monsters", da banda MGMT.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ébrios

Dia da independência.

É incrível como a independência é um bem subestimado.

Fico pasmo quando percebo a frequência com que muitas pessoas preferem que coisas externas a si tomem suas decisões e as influencie. Me parece que, para a grande maioria, perceber as minúcias das situações é um feito que beira o impossível. Vivem com um padrão de comportamento que praticamente não varia nunca.

São escravos de suas próprias vontades instintivas. Vivem idealizando um mundo surreal, no medo de ver que o palpável é muito diferente do seus sonhos infantis. Vivem consumindo um modo de vida falso vendido pelos meios de comunicação. Se escondem por trás de títulos socialmente louvados, mas sem eles não passam de alguém vazio. Abraçam ilusões. São incapazes de mudar justamente porque não percebem a mecanicidade de seu comportamento. Não notam que se fazem voluntariamente fantoches de um sistema (não apenas financeiro, de vida).

Ainda se enganam, pensando viver a mais inédita das existências. Se preocupando com fatos sem importância, pensando que o mundo é apenas aquilo que pode ser visto de sua janela num bairro nobre (ou não) de uma cidade qualquer. A cegueira de tais pessoas é como uma névoa densa em que se afogam mais a cada dia. Sua euforia com a idiotice chega a me provocar um leve riso, ao passo que sua apatia quanto a realidade me dá ânsia de vômito.

Porque abrir os olhos se tornou uma tarefa tão difícil? Porque não vejo mais pessoas cuja mente não foi ainda escravizada pela preguiça de pensar por conta própria? O pior é saber que o número de indivíduos que se enquadra na descrição desse texto é exorbitante. Pensar, nessa sociedade miserável, é privilégio de poucos.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"Ijji"

Texto escrito em 4 de julho de 2010, cujo título foi concebido após um golpe no teclado...


"Hoje não estou em um dia muito bom.

Não sei por que, mas às vezes me permito lembrar e fantasiar situações que talvez estivessem melhores se sepultadas no profundo do esquecimento e indiferença. Mas eu não sou assim. Tendo a guardar antigas marcas sob meu travesseiro e, sempre que as preocupações do dia-a-dia se apagam com as luzes do meu quarto, tais memórias eventualmente invadem minha mente e me levam a um mundo diferente, em que vontades perdidas podem ser tangíveis. Isso não me faz muito bem.

Ontem tive mais uma vez a confirmação de que não sou alguém comum. Sentado, observava o movimento, as pessoas se alienando numa massa irracional, dançando, se mexendo, bebendo copiosamente, num jogo de aparências do qual, teimosamente, me recuso a fazer parte. Vejo pessoas superficiais, relacionamentos superficiais, vivo essa superficialidade mesmo que involuntariamente. Aliás, pior: vivo essa superficialidade apesar de lutar fortemente contra ela.

Talvez minha maior luta seja realmente comigo mesmo. Com minha incapacidade de traçar planos e objetivos e busca-los de forma pragmática e irracional. Talvez o pensar demais e o sentir demais sejam dois de meus maiores defeitos. Não que eu não goste do meu senso crítico, do meu eu; nada disso. O problema é que ser assim me coloca numa situação extremamente desconfortável perante as outras pessoas. Talvez, se eu fizesse parte da onda de descerebração, me confortaria com tão pouco que reflexões dolorosas como essa nunca viessem à minha mente.

Meio e dia e meia, e mais parece que estou numa manhã solitária, nesse quarto com pouca luz devido à cortina apenas entreaberta. Minha mente nubla agora, entre esperanças, reflexões, tarefas... me sinto momentaneamente sem forças. Não sei o que faço, que atitude tomo. Acho realmente mais saudável voltar à rotina de ver a vida com bons olhos e ignorar esses “baixos” que me ocorrem. Uma pena que coisas tão intensas tenham sido apenas jogadas no lixo.

O mundo é lamentável."

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Música

O que uma letra bem escrita pode me proporcionar é indescritível. E cada nota da guitarra, que parece contar uma história, derramar uma lágrima, atinge minha alma de forma a purificar-me instantânea e momentaneamente de todas as máculas ali presentes.

O vibrar de cada corda, que cria um mundo onde apenas eu vivo, como se estivesse alheio a meu corpo mas situado em campos abertos, com fortes ventos, que me fizessem sentir vivo. Cada eco que soa, que entra dentro do labirinto de meu pensamento, produzindo calmaria e reflexão. Cada palavra que, cantada, produz todo um sentido pleno para tudo que parece confuso, até que se perca finalmente nas minúcias dos instrumentos ansiosos.

O doce som da tristeza, da alegria...o som que alenta meu cansado espírito e o balança por universos paralelos,o leva a lugares inimagináveis e intangíveis! A sensação de estar lá fora, fora da casa, da cidade, do corpo, da vida – e simultaneamente extremamente vivo!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Divagando sobre o título (do blog)

 A idéia de colocar esse nome no blog vem da música "Comfortably Numb" do Pink Floyd, presente no segundo disco "The Wall".

Tá aqui a música:




O trecho que me inspirou é o seguinte:

"When I was a child, I caugth a fleeting glimpse, out of the corner of my eyes... I turned to look but it was gone, I could not put my fingers on it, now... the child is grown, the dream is gone!


I have become comfortably numb" - Ou coisa parecida com isso.

Durante muito tempo me perguntei o que seria essa "visão fugaz" (fleeting glimpse). Hoje enxergo que isso quer dizer (pelo menos sob meu ponto de vista) que a felicidade ou sentido das coisas tenha passado de relance pela retina cansada (ok, Drummond, perdão pelo plágio haha) do eu lírico. Mas ele foi incapaz de tomar posse disso e, com o tempo, o sonho de reencontrar tal "brilho" foi esmagado dentro de sua alma. Ele se tornara confortavelmente entorpecido, contente apenas, conformado.

Não quero me conformar. Tenho visto por diversas vezes esse lapso de sentido passando em frente aos meus olhos, ao alcance das mãos. Mas logo que paro para olhar,vejo-o dissipar-se. Com o tempo, me sinto atordoado por diversas preocupações, como se me afogasse numa vida apenas pragmática, na qual não encontro tempo ou vontade de perseguir novamente o sentido de tudo, algo que adicione significado de um modo geral à vida. Mas o sonho ainda não foi embora. Não me tornei "confortavelmente entorpecido" a ponto de engolir a realidade da forma chula como ela me é apresentada tantas vezes. A disseco, questiono, tiro dali conclusões, cresço e continuo buscando. Viver vai muito além de continuar apenas respirando.

"Quando eu era uma criança, percebi uma visão fugaz, bem pela beirada dos olhos..."

Agosto

Primeiro de Agosto - o primeiro dia do fim do ano.

Que frase clichê... mas de fato sinto-a como verdade hoje. São 10 pras 4 da tarde, de um domingo não exatamente muito bom. Mas não tem problema. Hoje é apenas o primeiro dia. Sou apenas um rascunho de quem posso ser ao fim do ano caso tenha sabedoria para buscar tudo que considero importante em minha vida. Caso minha determinação seja viva, 2010 não será um ano que chegará ao fim em branco, mas sim cheio de experiências, crescimento e amadurecimento.

Amanhã começo no quarto período na faculdade. Não quero levar tudo com a barriga como fiz no terceiro, quero ter excelência em minhas notas e aprendizado. Amanhã recomeço um cotidiano de tarefas e objetivos e, novamente, digo que quero excelência também nesse aspecto. Amanhã recomeço... em tantas coisas! E como um recomeço pode não ser empolgante? Saber que passarei por diversas experiências novas (ou não, mas sempre de uma nova forma), conhecerei novas pessoas, chegarei a novas conclusões, crescerei. É hoje que meu eu é lapidado para o amanhã.

Hoje é sempre o começo do resto da minha vida.


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Esse texto foi obviamente escrito ontem!

domingo, 1 de agosto de 2010

Primeiro post

Teimo comigo mesmo quanto a idéia de criar um blog já há quase dois anos. Tomei a iniciativa de ter esse espaço para expor alguns pensamentos, experiências, falar besteira, etc... escrever o que vier à cabeça!

Atualizações podem ser raras ou frequentes. Isso dependerá de meu estado de espírito e, principalmente, se julgarei prudente me abrir aqui para assuntos muito íntimos, que são extremamente recorrentes em meus (até então) poucos textos.

Aproveitando, direi algumas coisas sobre mim aqui. Não me considero um bom "escritor", até porque não escrevo quase nunca e, na maioria das vezes que o faço, estou triste ou em algum outro estado muito específico. Mas cada palavra que aqui se encontrar tem um significado grande pra mim, pelo menos dentro do contexto e momento em que foi escrita.

Não costumo ter pontos de vista muito comuns à respeito das coisas. Valorizo essa minha característica pois acredito que isso me torna alguém singular.Observo isso também nas outras pessoas. Pra falar a verdade, tem muitas coisas que eu gostaria de escrever aqui agora, mas prefiro não entregar essas informações "de mão beijada", acho mais interessante que tu, leitor, as descubra lentamente à medida que me conhece (ou que lê o que eu postar aqui).

Ah, também mandarei aqui alguns textos de terceiros, músicas, etc etc etc.

(Talvez essa introdução seja desnecessária... mas nem ligo, sou totalmente inexperiente em blogs mesmo!)

Vejamos no que dá...