terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sorrow

Tenho buscado dentro de mim uma forma de traduzir o que tem se passado. Um sentimento que já foi por vezes motivo e inspiração de tantas reflexões que mantenho escondidas no profundo da minha alma. Uma desesperança enorme quanto ao mundo que se mostra cada vez mais insano diante de meus olhos. Um momentário lapso de razão...

Essa música diz cada uma dessas coisas.



Pink Floyd - Sorrow

"The sweet smell of a great sorrow lies over the land
 Plumes of smoke cries, and merge into the leaden sky
 A man lies and dreams of green fields and rivers
 But awakes to a morning with no reason for waking


 He's haunted by memories of a lost paradise
 In his youth or in dreams... he can't be precise
 He's chained forever to a world that's departed
 It's not enought, It's not enough


 His blood has frozen and curdled with fright
 His knees have trembled and given way in the night
 His hands has weakened in the moment of truth
 His step has faltered


 One world, one soul,
 Time pass, the river rolls


 He talks to the river of lost love and dedication
 Silently replies that swirl invitation
 Flows darkened and troubled trough an oily sea
 A grim intimation of what is to be


 There's an unceasing wind that blows trough this night
 And there is dust in my eyes, that blinds my sight
 And the sillence speaks so much louder than words
 Of promises broken..."

sábado, 2 de outubro de 2010

Frutos do acaso

Certa quantidade de etanol (e, talvez, algum outro psicotrófico), quando presentes no meu sangue, dão asas às minhas idéias. As permite voar por ares desconhecidos (e outros já bem conhecidos). Até o óbvio me parece novidade, quando o vejo por fora do ponto de vista comum. Como se os meus olhos fizessem parte de um grande ambiente dinâmico, reinado por um caos tão perfeito e ordeiro que me pasma ver os resultados desse fluxo de eventos.
    Caminhando enxergo figuras atípicas que são tão comuns. Mentes sem ambição, movidos por pensamentos (ou pela falta deles) tão batidos que vivem nas cabeças vazias de tantas pessoas. Caminham erroneamente sem saber onde pretendem chegar. Escondidas por trás de estilos, roupas extravagantes, cabelos “diferentes” tão iguais e repetidos. Escondidos por trás da mesmice e da mediocridade, sem a capacidade de expandir sua consciência e perceber essa situação.
    Somos todos humanos afinal; mesmo o mais diferente ainda está sujeito a se comportar de forma semelhante. O lugar comum é tão enorme que mesmo aqueles que acreditam fugir dele apenas se colocam passos distantes do centro. Devido a algum capricho da natureza, estamos aqui, agora, vivos, frutos do acaso. Somos os mais aptos. Pelo menos fomos convencidos disso. Apenas vejo pessoas tão idênticas, vidas sem nada de novo. Mentes que são relegadas a um segundo plano, enquanto os instintos se apoderam do controle do corpo. Insegurança. Incertezas, indecisões, rotina.
    Mas há algo de muito estranho nisso tudo: estamos todos imersos na mesma busca. Uma busca por sentido; por felicidade. Apesar de conhecermos várias sensações boas, a idéia de que existe algo capaz de nos tornar plenos é constante. Vivemos pensando que em algum dia encontraremos um motivo para o qual viver. Algo que guie nossos passos e nos proporcione uma alegria linear. O interessante é observar que os outros animais não parecem se preocupar com isso. Apenas vivem no limiar da sobrevivência.
    Em algum ponto, por algum motivo, essa busca foi selecionada na natureza. Por que?
    Será que há realmente algo a ser encontrado? Ou seria isso apenas mais um acidente genético na linha do tempo, que condenou os seres humanos a uma incessante e eterna procura?