terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ébrios

Dia da independência.

É incrível como a independência é um bem subestimado.

Fico pasmo quando percebo a frequência com que muitas pessoas preferem que coisas externas a si tomem suas decisões e as influencie. Me parece que, para a grande maioria, perceber as minúcias das situações é um feito que beira o impossível. Vivem com um padrão de comportamento que praticamente não varia nunca.

São escravos de suas próprias vontades instintivas. Vivem idealizando um mundo surreal, no medo de ver que o palpável é muito diferente do seus sonhos infantis. Vivem consumindo um modo de vida falso vendido pelos meios de comunicação. Se escondem por trás de títulos socialmente louvados, mas sem eles não passam de alguém vazio. Abraçam ilusões. São incapazes de mudar justamente porque não percebem a mecanicidade de seu comportamento. Não notam que se fazem voluntariamente fantoches de um sistema (não apenas financeiro, de vida).

Ainda se enganam, pensando viver a mais inédita das existências. Se preocupando com fatos sem importância, pensando que o mundo é apenas aquilo que pode ser visto de sua janela num bairro nobre (ou não) de uma cidade qualquer. A cegueira de tais pessoas é como uma névoa densa em que se afogam mais a cada dia. Sua euforia com a idiotice chega a me provocar um leve riso, ao passo que sua apatia quanto a realidade me dá ânsia de vômito.

Porque abrir os olhos se tornou uma tarefa tão difícil? Porque não vejo mais pessoas cuja mente não foi ainda escravizada pela preguiça de pensar por conta própria? O pior é saber que o número de indivíduos que se enquadra na descrição desse texto é exorbitante. Pensar, nessa sociedade miserável, é privilégio de poucos.

3 comentários:

  1. "As pessoas ignorantes são mais felizes."

    Por isso que eu não li seu texto e tô aqui felizão só te deixando um comentário RIAIRRIARAIRAIRIAIRAIA

    Abraço!

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  2. As vezes penso isso mesmo...
    O ser-humano tem o livro-arbítrio, mas muitas vezes prefere não fazer suas escolhas, já que elas podem levar ao erro. O problema é que pra fazer escolhas, temos que pensar, e pensar cansa.
    Então, somos tomados por uma espécie de "inércia humana" que nos faz preferir ficar em "repouso", sem termos que nos encomodar e deixar que escolham por nós.

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